O papel da nutrição no cuidado alimentar dos idosos: sabor, prazer e conscientização

No Residencial Santa Cruz a saúde do residente é tratada de uma forma integral com uma equipe atenta ao seu bem-estar, inclusive na hora das refeições

Por Alessandra Seidenberger

À medida que envelhecemos, é comum o paladar sofrer alterações. No entanto, a nutrição desempenha um papel fundamental em fornecer uma alimentação adequada para atender a essas mudanças fisiológicas, sempre levando em conta o prazer que há no ato de comer, em qualquer fase da vida.

O idoso enfrenta desafios naturais relacionados à saúde, como a necessidade de tomar medicamentos de uso contínuo, restrições de sair e se socializar, entre outras. Nesse contexto, a alimentação se torna uma das áreas mais importantes e prazerosas a ser considerada para garantir a qualidade de vida desta população.

No Residencial Santa Cruz, a equipe de nutrição desenvolve um cardápio, cujo planejamento passa por algumas sugestões dos próprios clientes. Os idosos com boa condição motora e cognitiva podem escolher o que desejam na hora de se servir no buffet, como qualquer pessoa faz em um restaurante. “Eles escolhem e a gente vai porcionando no prato deles. Nós preservamos esse período de autonomia, de atendimento a alguns sabores, desejos, dentro do possível, dependendo da patologia de cada um”, explica Rosemeire da Cunha Campos, nutricionista do RSC.

Quando algum residente não gosta de determinado prato, são feitas adaptações para atender às preferências dele. Embora a demanda por preparações individuais seja pequena, a variação de cardápio é ampla e leva em consideração restrições alimentares específicas de açúcar, sódio, gorduras etc.

Dona Maria Terezinha Falcão Ledo é uma residente de 91 anos, que tem prazer na alimentação, mas é seletiva. Atualmente ela necessita de alimentos mais cozidos, incluindo os vegetais, que não devem ser crus. Ela resiste um pouco, mas a equipe tem oferecido substituições. “A gente faz uma negociação com ela e sugerimos: vamos fazer esse aqui com menos potássio?”, relata a nutricionista. “Dona Terezinha gosta muito de banana, mas como ela precisa ingerir menor quantidade de potássio, nós estamos propondo a banana maçã, que contém menos. A gente vai trocando os alimentos de uma forma que ela não perca o prazer de comer”, conclui.

Fernanda Moreno, filha da Dona Terezinha, acompanha todo o processo alimentar da mãe. “Trabalhar essas questões é bem complexo, mas eles lidam super bem. Minha mãe gosta de tudo o que não está no cardápio, por exemplo, costela, baião de dois, pizza com vinho…(risos). Durante a semana a gente pede para que seja mantido o critério na alimentação. À noite, por exemplo, ela não gosta de comer comida, então eles levam um mingau ou uma sopinha, vão adequando”, diz Fernanda, que também é nutricionista.

“Nos finais de semana, se minha mãe vem aqui ou se vamos a algum lugar com ela, liberamos um pouco. Ela até brinca com eles no RSC quando vem almoçar aqui em casa, que ela nem vai tomar remédio porque ela vai beber vinho!”, conta Fernanda, que tem uma boa dose de empatia com a mãe. “Que sentido tem estar com 91 anos e não poder fazer nada? Temos que ter um cuidado de até onde chegar para que o excesso de restrições não leve a uma desnutrição”.

Fernanda tem plena consciência dos desafios que os profissionais do RSC têm com os idosos. “Eles mantêm uma alimentação bem balanceada. Contentar uma pessoa com muita restrição é uma missão hercúlea, por isso a sabedoria está no equilíbrio. No Residencial eles têm essa disponibilidade”, diz Fernanda.

CONSIDERAÇÕES ESPECIAIS NA ALIMENTAÇÃO

É importante ter cuidado com as restrições alimentares, oferecendo alimentos mais adequados e levando em consideração a relação custo/benefício. Em relação à consistência dos alimentos, é necessário considerar a fraqueza muscular para a deglutição, que pode levar ao risco de engasgos e bronco aspiração.

A perda de massa muscular e a deterioração da função motora podem afetar a capacidade de deglutição. De acordo com a especialista em nutrição do RSC, alguns clientes mais longevos que se prepararam para o envelhecimento por meio de exercícios físicos podem apresentar melhor funcionalidade muscular e consequentemente, a deglutição. Outro ponto importante a ser considerado é respeitar a autonomia dos idosos que possuem capacidade cognitiva preservada, e permitir que eles façam escolhas dentro de limites saudáveis.

ADAPTAÇÃO

Frederico Eigenheer, 87 anos, é um residente que gosta de comer de tudo, principalmente petiscos e frituras. “Ele diz que gosta de comida simples, mas bem-feita, tipo comida do interior, e nada muito elaborado”, explica Frederico de Mello Eigenheer, filho do sr. Fredão, como ele gosta de ser chamado.

Com hipertensão e diabetes controlados com medicação e recém-chegado no RSC, sr. Frederico está se adaptando à nova moradia. De acordo com Frederico, um dos desafios é que o pai dele não gosta de sentir cheiro e sabor de alho e cebola, base do preparo de muitos alimentos. “Ele quer ensinar as pessoas a cozinhar, sendo que ele não sabe. Desde que minha mãe faleceu, há 12 anos, devem ter passado mais de 20 cozinheiras nesse período na casa do meu pai”, afirma.

“Nós ofertamos alimentos de baixo índice glicêmico e menos gorduras do que ele gostaria, pois é um momento que ele precisa se conscientizar. Fizemos um desafio para que ele pudesse jantar com mais qualidade. Hoje ele me disse que está conseguindo tomar a sopa no jantar e está se sentindo muito bem. Isso me deixou muito feliz”, relata Rosemeire, a nutricionista.

“Quando vemos que ele está muito entristecido e que isso está causando um impacto muito grande, a gente prepara um bolinho de arroz ou um croquete, e ele vai comer aquele tipo de alimento, pontualmente. Descer para o restaurante deve significar um momento agradável e acolhedor para o residente, um lugar de fala também, para que nós possamos atendê-lo da melhor forma possível”, conclui Rosemeire.

O cuidado integral dos idosos inclui não apenas a saúde física, mas também a satisfação e a qualidade de vida, contribuindo para uma vida socialmente ativa e plena.

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