Terapia Ocupacional e Seus Benefícios

Com o acolhimento e a diversificação de atividades que a T.O proporciona, uma evolução significativa entre os nossos residentes tem sido constatada.
Entre variadas formas de tratamento adotadas pela equipe multidiscliplinar do RSC, cabe aqui pontuar o que a terapia ocupacional tem trazido aos nossos residentes. Com uma proposta que objetiva a personalização do atendimento ao idoso, a T.O oferece muitas possibilidades para que o idoso tenha mais qualidade de vida e alguns avanços também.
O acolhimento é um dos benefícios da terapia, que proporciona uma série de estímulos e complementa o trabalho multidisciplinar. “Temos notado uma grande diferença nos residentes porque a T.O trabalha muitos aspectos para eles se soltarem e se entreterem também”, diz Irmã Regina, coordenadora do RSC.
“Eu trabalho muito a expressão pelas Artes, como pintura e desenho e, conhecendo cada residente, vou descobrindo o gosto pessoal e a rotina que eles tinham em casa. Assim eu traço um plano terapêutico”, explica Adriana Pinto, terapeuta ocupacional.
Por falar em “casa”, importante ressaltar que é exatamente este o caminho para que o idoso se sinta confortável como quando morava com a família. Afinal, ele não está internado em uma unidade de saúde. Os familiares de cada residente têm a liberdade de trazer objetos e decorar o ambiente de uma forma que ele/ela sinta que ali é o seu lar.
Uma das moradoras do RSC tem uma máquina de costura em seu quarto. “Temos uma senhora de 90 anos que costura, e é uma pessoa que precisa ser estimulada. Ela sempre quer aprender coisas novas, como o crochê tunisiano, que eu fui pesquisar para poder fazer junto com ela”, complementa Adriana Pinto, que também presta atendimento aos residentes acamados e que já não podem mais sair do quarto.
A especialista garante que tem aprendido muito com os idosos. “Eles me trazem algumas demandas, por exemplo, um jogo que lembra o truco. Eu pesquiso, verifico, gosto de me aventurar. Assim, depois que criamos o vínculo, fica mais fácil trabalhar com eles”, diz.
Mas o dia a dia também traz alguns desafios a serem observados e superados, tanto para o idoso, como para os profissionais que o atendem. Por força das perdas cognitivas, em alguns momentos eles se sentem constrangidos. É o caso de um residente que apresenta perda de memória recente e esquece algumas palavras quando está conversando. “Quando isso ocorre, eu dou um atendimento individual, e ele já está se sentindo melhor; até começou a participar das atividades em grupo”, explica a terapeuta, que o coloca em chamadas de vídeo pelo tablet com o filho dele que mora no exterior.
Outro processo desafiador para nossa equipe é trabalhar a parte motora do idoso. Neste sentido, a fisioterapia e a terapia ocupacional se complementam. Os movimentos de coordenação motora fina podem ser potencializados com atividades de desenho e pintura, por exemplo.
Daisy dos Santos Ferreira, fisioterapeuta especialista em geriatria, vê com otimismo o ganho funcional do idoso, mesmo nos casos mais avançados de perda motora. “Apesar de nem sempre ter uma evolução quantitativa, é grandioso quando conseguimos retardar o processo”, afirma Daisy.
AVALIAÇÃO CASO A CASO
Todos os residentes que chegam ao RSC passam por uma avaliação inicial; aqueles que estão com a parte cognitiva preservada têm mais condições de superar as dificuldades funcionais, e o resultado é a melhora na articulação, na amplitude de movimento, postura, força, equilíbrio, coordenação e na rotina diária com a equipe de enfermagem.
“Nós elaboramos todas as atividades, tanto em solo quanto na hidroterapia, de acordo com a função cognitiva e funcional de cada idoso. Nos dias frios nós mantemos os exercícios em solo”, diz o coordenador do setor clínico do RSC, Diego Leme dos Santos. “Nosso foco é na prevenção, mas há casos que necessitam de atendimento individualizado, onde o residente passa por uma intervenção clínica para ganho de força e de musculatura mais imediato”, conclui.
Para que o resultado seja satisfatório para a saúde do idoso como um todo, o planejamento é elaborado para diferentes grupos de residentes, o que favorece a própria aceitação de cada um deles aos exercícios propostos.
E não podemos esquecer que o entretenimento também faz parte de todo esse trabalho de uma forma a proporcionar bem-estar emocional e social ao idoso. Neste sentido, uma das possibilidades que estão sendo avaliadas é fazer um baile com ritmos diferentes e frequência semanal ou quinzenal. O gosto pela música e pela dança é algo comum entre pessoas idosas, e por que não proporcionar a elas este lazer que poderá trazer alguns ganhos importantes?