Terapia com jardinagem: Idosos cultivam plantas em oficinas criativas

A prática da jardinagem na terceira idade é uma grande aliada para a sensação de bem-estar. Com ela os idosos aproveitam momentos ao sol, se aproximam do verde e do meio ambiente e se conectam com o tempo presente. Eles respiram, mexem na terra e esperam o tempo da planta se desenvolver enquanto conversam e apreciam o ciclo da vida.
As oficinas surgiram no Residencial, em maio de 2019. Estar em contato com a natureza faz parte da condição humana, tendo isso em vista, uma roda de conversa realizada nas oficinas criativas levantou a necessidade de cultivar plantas no espaço de convivência.
Segundo a psicóloga Luiza Menoni Martino, muitas residentes apresentaram a falta de cultivar suas próprias plantas, pois, sentiam falta de quando faziam isso em casa. “A ideia da horta foi começar a trazer um aspecto de estou em casa, uma aspecto de eu posso cuidar de algo que é meu. E veio muito de encontro com o empoderamento delas, com a autonomia. Não ter horário para elas virem regar, cuidar. São elas que decidem”, explica a psicóloga.
Além do cuidado com as plantas a oficina trabalha aspectos sensoriais nos residentes e a jardinagem possibilita isso através de diversos aspectos encontrados nas plantas como o aspecto olfativo, gustativo, visual e sensível ao tato. Para Luiza estimular os cinco sentidos auxilia no desenvolvimento cognitivo e facilita com que eles foquem no momento presente. “Se falarmos de Alzheimer e de outras doenças que traz um esquecimento, o sensorial trabalha o hoje, o agora. Esse cheiro é gostoso pra você? O que isso pode te remeter ou não? As vezes o residente não irá se lembrar de algo em específico, mas ao sentir o cheiro desperta no cérebro um sentimento gostoso, um aconchego, então é isso é para despertar”, ilustra.
Mexer na terra, cortar a folha e servir o chá. Durante as oficinas, os residentes também colhem aquilo que plantam trabalhando a parte psicomotora que consiste na sensibilidade visual e habilidades como concentração, foco, atenção e a interação que é um dos pontos principais da oficina. “Quando a gente pensa em pegar essas ervas e fazer o chá, é para que ao tomar, eles possam ter a essa sensação de empoderamento. Lembram que foram eles que plantaram, cultivaram e agora estão bebendo. Isso dentro de uma instituição é sensacional, vai abrindo chances deles retomarem a autonomia”, conclui Luiza.
Texto| Mayara Nunes
Que felicidade está fisioterapia em lidar com terra e plantas
Nós faz um bem tão grande o planeta Terra agradece e os nossos corações se encanta